sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Polícia do governo Yeda mata sem terra

Por coincidência ou não, a polícia de um governo corrupto é também mais perigosa e, em vez de representar segurança, causa medo nos cidadãos. Assim tem sido a polícia do governo Yeda no Rio Grande do Sul. Pelo que se sabe este é o governo com a mais acentuada marca de corrupção que o Estado gaúcho teve nos últimos anos. E também carrega consigo a forte marca da violência policial.


O mesmo governo que vem sendo acusado de roubos, agora também é o responsável pela morte de um trabalhador Sem Terra. Sabemos que uma pessoa que pratica roubos vive insegura e pode virar um assassino. Também um governo corrupto, como é o caso do Rio Grande do Sul, acaba perdendo a confiança do povo e busca se fortalecer no autoritarismo e na truculência policial e vira um governo assassino. Quem é capaz de roubar, também pode ser capaz de matar.


Dois fatos recentes marcam a polícia do governo Yeda como torturadora e assassina de trabalhadores Sem Terra. Há poucos dias, o MST denunciou a truculência e a prática de tortura por parte da Brigada Militar numa ação de reintegração de posse da Prefeitura de São Gabriel (RS), ocorrida na tarde do dia 12 de agosto.


Nesta ação da polícia, pelo menos trinta pessoas, entre crianças e adultos, ficaram feridas. Inclusive, muitas tiveram dedos e braços quebrados durante o despejo violento realizado pela Brigada Militar. Todos os Sem Terra, aproximadamente 250 pessoas, foram identificados e humilhados pela polícia. Os manifestantes foram encurralados dentro da própria Prefeitura, onde foram golpeados com cacetete, chutes e tapas dos policiais.


Não passou dez dias e a Brigada Militar, na manhã de 21 de agosto, matou um trabalhador Sem Terra durante uma desocupação na fazenda Southall no mesmo município de São Gabriel. Elton Brum da Silva, um trabalhador de 44 anos, com dois filhos, que sonhava conquistar um pedaço de terra para sua família, foi morto pela polícia com um tiro traiçoeiro e à queima-roupa.


O Sem Terra Silva vivia no sul do Rio Grande e quando o presidente Silva lhe deu esperanças de que ele também poderia compartilhar de uma fatia da “Terra Prometida”, mudou-se para São Gabriel, no coração do latifúndio, onde a terra é farta. Com dor e saudade, mas cheio de esperança, o Sem Terra Silva lutou pela terra. A terra que não herdou, mas que, pelo seu sangue nela derramado, será herança de seus filhos.


Após o lamentável ato da polícia, a governadora toda envergonhada, pede que se faça uma apuração rigorosa sobre a morte do Sem Terra Elton da Silva. Como se não tivéssemos certeza de que foi a própria polícia que tirou a vida daquele trabalhador pobre e desarmado, possuidor apenas do sonho de conquistar e libertar a terra.

Vale lembrar que no Rio Grande do Sul, tem sido comum a violência e o uso da força policial militar para reprimir protestos dos movimentos sociais. Especialmente quando os protestos apontam o dedo na pior ferida do governo Yeda, que é a corrupção.


Quase um ano da data para elegermos um novo governador para nosso Estado, sabemos que este atual governo, da Yeda Crusius do PSDB – aliada com DEM, PP, PMDB e PPS – está sendo um governo marcado pelo que de pior poderia acontecer num estado: corrupção, desvalorização do serviço público e repressão aos movimentos e organizações que sustentam a vida democrática da sociedade. Este governo já roubou e matou. E o que mais podemos esperar se não o seu fim?

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