sábado, 29 de agosto de 2009

Mais uma vaia para a Brigada Militar


Não bastasse o episódio de São Gabriel, quando a polícia, além de praticar tortura, matou um trabalhador Sem Terra. Agora, a Brigada Militar, a polícia do Estado do Rio Grande do Sul comete outro ato de desagrado que merece outra vai. Em São Gabriel foi algo completamente injustificável. Na verdade, lá foram dois fatos estarrecedores praticados pela Brigada Militar (BM). Teve uma ação de tortura e outra de assassinato cometida por agentes da polícia do Estado. Primeiro, no dia 12 de julho, aconteceu prática de tortura por parte da Brigada Militar numa ação de reintegração de posse da Prefeitura de São Gabriel (RS). Na ação da BM os manifestantes foram encurralados dentro da própria Prefeitura, onde foram golpeados com cacetete, chutes e tapas dos policiais.


Dez dias depois a mesma Brigada Militar, na manhã de 21 de agosto, matou um trabalhador Sem Terra durante uma desocupação na fazenda Southall no mesmo município de São Gabriel. Elton Brum da Silva, um trabalhador de 44 anos, com dois filhos, que sonhava conquistar um pedaço de terra para sua família, foi morto pela polícia com um tiro traiçoeiro e à queima-roupa.


Tendo identificado o autor do tiro, a Brigada Militar não revela esse dado para a população. A polícia que deveria dar bom exemplo, simplesmente esconde seus crimes e seus criminosos. Mas, não adianta tapar o Sol com a peneira. Sabemos que o autor do tiro que matou o trabalhador Elton Brum da Silva pode ter sido um simples soldado, que apenas puxou o gatilho de seus superiores: o comando da Polícia e o Governo do Estado.


Não precisamos saber o nome do policial que matou Elton. Sabemos que se trata de um crime do Estado, do Governo da Yeda Crusius, um crime da Polícia Estatal. É um crime político contra a Democracia e a Humanidade; um ato estúpido que ferre os princípios republicanos. Vamos celebrar o 20 de Setembro, a festa da Revolução Farroupilha, com a bandeira republicana manchada de sangue. E vamos sentir vergonha quando a Brigada Militar desfilar na parada cívica do próximo 20 de setembro.


Pois, além deste fato recente de São Gabriel, a polícia do Rio Grande do Sul nos escandalizou novamente quando prendeu um motorista de ônibus em Canoas. Aconteceu que uma mulher passava mal no ônibus e o motorista preocupado com todos os passageiros buscou o apoio da Brigada Militar. Os policiais simplesmente ignoraram o pedido do motorista que solicitou que levassem a mulher para o hospital. Ele, como um ser humano se indignou com aquele bando de homens sem trabalhar no posto da polícia e que não quiseram socorrer uma pessoa sofrendo convulsões.


O condutor do ônibus, um trabalhador que sabe que é seu suor que sustenta a polícia, falou com voz de indignação e revolta por tudo aquilo que estava acontecendo. Mas ele fez a sua parte. Levou a mulher no ônibus para o hospital. Enquanto que a polícia, com homens psicologicamente despreparados, seguiu o ônibus até o hospital. E, de uma maneira brusca, violenta prendeu o motorista como se ele tivesse desacatado a “autoridade”.

Esta tal autoridade da Brigada Militar merece desacato mesmo, merece boas vaias. Vamos sentir muita vergonha e náusea ao ver a polícia gaúcha desfilando com nossa bandeira na festa de 20 de setembro.


Frei Pilato Pereira

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