sexta-feira, 27 de junho de 2008

O “crime” do MST é combater o crime dos poderosos

O "crime" do MST é combater o crime dos poderosos 

A mais incredível notícia que pude ler nos jornais esta semana é que "o Judiciário gaúcho e a Brigada Militar tem plano para dissolver o MST". Não dá para acreditar que um grupo de pessoas com mente saudável, capaz de raciocinar e compreender que vivemos numa sociedade democrática, queira dissolver um movimento social com o MST. Será que pode existir tamanha má conspiração? É mesmo muito difícil de acreditar. Mas, depois da publicação de todos últimos episódios da vida pública e privada da burguesia gaúcha, não se pode duvidar do que eles são capazes de fazer. Como foram capazes de montar todos estes esquemas de corrupção que se viu nos últimos dias, quando o governo gaúcho entrou numa tenebrosa crise e a governadora Yeda teve que demitir vários secretários de Estado, certamente seriam capazes de também utilizar a estrutura pública para maquinar um golpe contra a democracia, tentando dissolver um dos mais importantes movimentos sociais.

Numa audiência pública na Assembléia Legislativa do Rio Grande do Sul, o advogado Leandro Scalabrin, que é presidente da Comissão de Direitos Humanos da OAB de Passo Fundo, denunciou a existência de uma conspiração entre o Poder Judiciário e o Estado Maior da Brigada Militar para dissolver o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra, o MST. Scalabrin divulgou um documento sigiloso do Ministério Público Estadual que propõe uma série de ações articuladas com a polícia e o Ministério Público Federal para desmobilizar o MST. Trata-se de uma conspiração que teve início no ano de 2006, com um dossiê formulado pelo comandante, coronel Waldir João Reis Cerutti. O coronel afirma que o MST tem relação com o PCC, de São Paulo, e com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC). Este relatório serviu de embasamento para que promotores e juízes encaminhassem pedidos de busca e apreensão em acampamentos e até ordens de prisão e de reintegração de posse e outras ações policiais contra o MST. Porém, quem conhece de fato o MST, ao ler as declarações deste tal coronel Cerutti, não acredita nas grosseiras mentiras de seu dossiê, na sua leviana afirmação de que o MST é criminoso.

Querem forçar a sociedade a acreditar que o MST é uma organização criminosa. Mas, afinal, qual é o crime do MST? Tirar os pobres da miséria humana, da miséria política, social e econômica, do abandono e do anonimato e ajuda-los a compreender que são cidadãos que têm direitos. Organizar os pobres do campo, despertar uma nova consciência e a esperança de que uma vida melhor e mais humana é possível através da Reforma Agrária. Abrir caminhos para que os pobres das periferias urbanas possam se livrar das drogas, do crime, da violência e da exclusão, devolvendo-lhes a liberdade de sonhar e lutar. Mobilizar as famílias assentadas para que possam ter forças de lutar por escola, moradia, posto de saúde, estradas, água, transportes e outros direitos. Organizar cooperativas e associações para viabilizar a vida das famílias assentadas, para que não abandonem a terra, mas permanecem no campo produzindo alimento. É isto que faz o MST. E, por acaso isto é crime? Então, é por estas ações que condenam o Movimento Sem Terra?

O MST liberta os pobres da escravidão, abre-lhes os olhos para enxergarem o crime dos poderosos. Talvez seja por isso que querem condenar o movimento. O crime do MST é o mesmo de Jesus Cristo, que também foi levado aos tribunais para ser condenado a morte e ninguém sabia qual era mesmo o seu crime – Ele só havia feito o bem. Jesus também denunciou o crime dos poderosos de seu tempo e anunciou a Boa Nova aos pobres. Não tenho a pretensão de comparar o MST a Jesus de Nazaré, mas compreendo que o movimento tem sido um verdadeiro instrumento de construção do Reino de Deus, anunciado por Jesus Cristo. Promover a justiça e a paz, preservar a dignidade humana e a integridade da natureza, são atitudes admiradas, mas não significa que quem agir desta maneira esteja livre de perseguição. Muito pelo contrário. A história da humanidade nos mostra que, infelizmente, as pessoas e organizações que procuram fazer o bem, geralmente são perseguidas, porque o bem de todos desfavorece a bonança de alguns.

Frei Pilato Pereira

www.olharecologico.blogspot.com

terça-feira, 17 de junho de 2008

Hoje é o Dia Mundial de Luta contra a Desertificação e a Seca

Hoje é o Dia Mundial de Luta contra a Desertificação e a Seca

Hoje, 17 de Junho, é o Dia Mundial de Luta contra a Desertificação e a Seca. Esta data celebrativa foi proclamada pela Assembléia Geral da ONU em 1994 e neste mesmo dia e ano foi aprovada a Convenção sobre a Luta contra a Desertificação. O dia 17 de junho é um momento oportuno para a sensibilização da opinião pública sobre a necessidade de promover a cooperação internacional no combate à desertificação e aos efeitos da seca. A discussão sobre o conceito de desertificação se desenvolveu mais acentuadamente ao longo dos anos 80 e se consolidou no documento "Agenda 21", discutido e aprovado durante a Conferência do Rio em 1992. No capítulo 12 da Agenda 21, onde trata sobre a luta contra a desertificação e a seca, está definido desertificação como sendo "a degradação da terra nas regiões áridas, semi-áridas e sub-úmidas secas, resultante de vários fatores, entre eles as variações climáticas e as atividades humanas", sendo que, por "degradação da terra" se entende a degradação dos solos, dos recursos hídricos, da vegetação e a redução da qualidade de vida das populações afetadas.

As principais causas da desertificação estão associadas ao uso inadequado do solo e da água, especialmente em atividades agropecuárias, na mineração, na irrigação mal planejada e no desmatamento indiscriminado. Quando se fala em deserto, logo se pensa no vazio de vegetação e na ausência do verde. Mas as monoculturas (verdes), sem dúvida, são as principais causadoras de desertificação. Não é por acaso que surgiu a expressão "desertos verdes", que se refere à silvicultura, o monocultivo de plantas exóticas, isto é, árvores não nativas, como eucalipto, pinus, acácia e outros. É importante ter claro que silvicultura não é reflorestamento. Entende-se que reflorestamento é repor a floresta em espécies nativas. Enquanto que silvicultura são as atividades de povoamentos florestais para satisfazer as necessidades de mercado, e geralmente com árvores exóticas. E o desenvolvimento da silvicultura em grande escala provoca a desertificação, seguida, é claro, de uma série de desequilíbrios socioambientais.

Como conseqüências da desertificação ocorrem o abandono das terras por parte das populações mais pobres, surgindo migrações forçadas, causando o aumento da população das grandes cidades, o que também provoca mais desemprego, pobreza, exclusão, marginalidade, poluição e outros problemas socioambientais urbanos. E as famílias que, mesmo com a desertificação, permanecem nos seus locais de origem, sofrem diminuição na qualidade e na expectativa de vida e o aumento da mortalidade infantil. A desertificação também causa a desestruturação das famílias, pois a queda na produção agrícola provoca a diminuição da renda e do consumo das populações locais. Também ocorre a desorganização dos mercados regionais e nacionais, o enfraquecimento do Estado e a instabilidade política. Nos dias de hoje quase um milhão e meio de pessoas no mundo sofrem diretamente com a desertificação, sendo colocadas em situação de risco.

Neste Dia Mundial de Luta contra a Desertificação e a Seca, precisamos renovar nosso compromisso de lutar coletivamente contra os fatores da desertificação, cientes de que esta luta também resulta na prevenção de muitos outros problemas. Como a própria natureza nos ensina, é preciso cortar a raiz da desertificação, para não ter que engolir seus frutos amargos. E para isto é preciso repensar as atividades humanas e agir para que estas ocorram em sintonia com a natureza e sejam desenvolvidas com sustentabilidade. O que não significa frear a produção de alimentos, pois, sabemos que a agricultura familiar e camponesa produz muito mais sem degradar o meio ambiente.

A desertificação e todo o tipo de degradação da vida provocada pela ação do ser humano, podem ser verdadeiramente revertidos a partir de uma conversão ecológica. Como afirmou Bento XVI, ainda em 2005, no início de seu Pontificado, que "os desertos exteriores se multiplicam no mundo porque os desertos interiores são bastante amplos no ser humano". E porque as riquezas da Terra não estão a serviço da edificação de um mundo no qual todos possam viver, mas estão colocadas a serviço das potências da exploração e da destruição. Precisamos, portanto, mudar nossa maneira de interagir com a natureza e mudar o modelo de socialização dos recursos naturais, preservando a integridade da natureza e a dignidade humana.

Frei Pilato Pereira 
www.olharecologico.blogspot.com

quarta-feira, 11 de junho de 2008

Cortando eucalipto para salvar o Rio Grande


Derrubar árvore nativa é coisa que não se faz. Quando, por força da necessidade, se utilizar uma madeira nativa, é preciso fazê-lo de forma sustentável. Agora, quanto a uma árvore de eucalipto ou qualquer que seja a planta exótica, é preciso derrubar para impedir danos ao ambiente natural e social.

Yeda é uma árvore exótica, um eucalipto, por exemplo, que está causando grande dano socioambiental no Rio Grande do Sul. Pelo que me parece, não tem outra solução a não ser derrubá-la antes que resseque nossas nascentes, mananciais e banhados. É preciso derrubar esta planta exótica, este eucalipto, antes que sugue todas as fontes do Rio Grande.

segunda-feira, 9 de junho de 2008

Governo Yeda, uma panela sem tampa

Governo Yeda, uma panela sem tampa

O novo jeito de governar da Yeda Crusius, do PSDB, é mesmo algo sem precedentes na história política do Rio Grande do Sul. É verdadeiramente novo, nunca se viu nada igual. No Rio Grande já tivemos governos bastante odiosos e odientos, como é o caso do governo Britto, que por pouco não vendeu todo o Estado, guardando para si uma gorda comissão premiada de bom vendedor. Já tivemos governos que não souberam cuidar dignamente da saúde, da educação, da segurança pública, enfim, não foram capazes de garantir um mínimo de bem estar comum na sociedade gaúcha. Com a Yeda e seus aliados (PSDB, DEM-PFL, PP, PMDB, PTB, PPS...), temos um governo que traz consigo tudo o que havia de mais retrogrado nos governos anteriores comandados por estes mesmos partidos em diferentes momentos. Mas, agora existe algo de diferente que é o desgoverno. Os outros governos, deste bloco que podemos chamar de direita, também tiveram uma linha anti-popular, mas todos os seus agentes marchavam mais ou menos juntos na mesma direção. Agora, porém, o Governo de Yeda é tão desarmônico e inconseqüente que nem precisou da oposição para se desgastar política e moralmente.

Tem um ditado popular que diz que "o diabo faz a panela, mas não faz a tampa" e outro dito afirma que "Deus escreve certo por linhas tornas". Acredito que Deus nos dá a liberdade de escrevermos nossa história e quando as linhas estão tornas, Ele nos ajuda a escrever o mais certo possível. E às vezes um grande erro - como é o caso deste que o povo gaúcho cometeu ao eleger a Yeda - pode servir de lição para reencontrar o caminho certo na vida. Pode ser que desta vez os gaúchos e gaúchas tirem uma grande lição de um grande erro. Pois é preciso andar para frente e não sapatear para traz onde ficou o esterco do cavalo.

É bem verdade que aqui no Rio Grande inventaram uma panela com todos os ingredientes necessários para enfeitiçar o povo. E conseguiram iludir os eleitores e impedir que, em 2007, Olívio Dutra voltasse ao Piratini para recomeçar o governo popular democrático. Fizeram uma boa panela de ferro, bem consistente e inquebrável, mas não souberam fazer a tampa e agora tudo está sendo revelado aos olhos do povo gaúcho. De pouco a pouco estamos vendo a podridão que tem nesta panela que alimenta o governo do Estado. E a conclusão é de que não poderia dar certo mesmo. Esta tal panela sem tampa só poderia servir para vencer a eleição, mas jamais garantiria forças para um governo saudável. Pois, é muita podridão para uma só panela. Ou mais cedo ou mais tarde teria que explodir.

E nestas alturas, a melhor coisa que podemos fazer é começar tudo de novo. Como nos aconselha o Evangelho de Jesus Cristo, não adianta tirar retalho de roupa nova para remendar roupa velha. E também não adianta colocar vinho novo em barris velhos (cf. Lc 5,35-37). Está claro e evidente que o "novo jeito de governar" da Yeda é tão antigo, maquiavélico e arcaico quanto a mentira. E o Rio Grande precisa com urgência de um novo governo, de verdade, constituído por forças políticas e movimentos que representem o povo gaúcho. Até agora a Yeda e seus aliados não fizeram nada de bom para o Estado e se quiserem fazer um gesto de grandeza nesta hora, devem deixar o governo. E se eles não renunciarem, a nossa autêntica façanha republicana é pedir já o "Impeachment" de todo o governo Yeda.

Frei Pilato Pereira

quinta-feira, 5 de junho de 2008

Dia Ecologia

Não podemos mais viver como se não houvesse amanhã
Hoje é o Dia Mundial do Meio Ambiente e estamos lançando um novo blog.
O Blog Olhar Ecológico (www.olharecologico.blogspot.com) é um espaço na rede mundial para pensar no amanhã e agir hoje por um mundo melhor, por um futuro saudável.

Visite o blog: Olhar Ecológico: www.olharecologico.blogspot.com

Dia Mundial do Meio Ambiente, o Dia Ecologia

A Organização das Nações Unidas (ONU) foi criada em 1945, tendo como tarefa a segurança mundial através dos direitos humanos, da paz e do desenvolvimento socioeconômico. Naquele período não se fazia nenhuma menção à ecologia. Somente em 1972, com o Clube de Roma, é que se trata mundialmente sobre a situação da Terra. E o balanço feito nesse encontro denunciou uma crise de sistema global do planeta e propôs uma "terapia de limites ao crescimento". Neste mesmo ano a ONU também organizou um encontro mundial em Estocolmo, na Suécia, que pela primeira vez tratou oficialmente sobre o meio ambiente. Nesta ocasião foi instituído o dia 5 de junho como o Dia Mundial do Meio Ambiente, o Dia da Ecologia. E também foi criado o UNEP (PNUMA) Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente. Na conferência de Estocolmo se confirmou que o meio ambiente deve estar no centro das preocupações da humanidade, e que o futuro da Terra depende do desenvolvimento de valores e princípios que garantem o equilíbrio ecológico. Leia mais...